Blog · 13/09/2024
Entre átomos e energia: Vantagens, riscos e o cenário brasileiro na geração de energia nuclear
A energia nuclear tem ganhado destaque no cenário global como uma alternativa para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e combater as mudanças climáticas. Recentemente, na COP28, um grupo de 22 países se comprometeu a triplicar a geração de energia nuclear até 2050, reconhecendo seu papel na descarbonização global.
Mas, o que é exatamente a energia nuclear, quais são seus benefícios e riscos, e como o Brasil se encontra nesse panorama?
Tipos de energia nuclear:
A energia nuclear é gerada através de dois processos principais: fissão e fusão nuclear. Na fissão, átomos de urânio ou plutônio são divididos em partes menores, liberando uma grande quantidade de energia. Já na fusão, átomos se combinam para formar átomos mais pesados, também liberando grandes quantidades de energia nesse processo. A fissão nuclear é a tecnologia atualmente utilizada nas usinas, enquanto a fusão ainda está em fase de pesquisa.
Vantagens da energia nuclear:
Uma das maiores vantagens da energia nuclear é sua capacidade de gerar grandes quantidades de energia com uma quantidade relativamente pequena de combustível. Por exemplo, cerca de meio quilo de urânio pode produzir a mesma quantidade de energia que 1.360 toneladas de carvão.
Além disso, as usinas nucleares operam de maneira eficiente e não emitem gases do efeito estufa durante seu funcionamento, o que as torna uma opção de energia limpa, atraente para reduzir a pegada de carbono e diminuir os fenômenos de chuva ácida.
Desvantagens da energia nuclear:
No entanto, a energia nuclear também apresenta riscos significativos. O principal desafio é o manejo dos resíduos radioativos gerados os quais podem permanecer perigosos por milhares de anos, tornando o descarte seguro desses resíduos um problema complexo e caro.
Além disso, há o risco de acidentes nucleares, que embora raros, podem ter consequências devastadoras para a saúde e para o meio ambiente. Casos como o de Chernobyl e Fukushima mostram o potencial impacto que falhas em usinas nucleares podem causar.
Cenário Brasileiro:
Atualmente, o Brasil possui duas usinas nucleares em operação: Angra 1 e Angra 2, localizadas na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) em Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
Angra 1 (dir.) e Angra 2 (esq.)
Fonte: TN PETRÓLEO
Operadas pela Eletronuclear, Angra 1, em funcionamento desde 1985, tem uma potência de 640 megawatts (MW), suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 2 milhões de habitantes, enquanto Angra 2, em operação desde 2001, com 1.350 MW, pode suprir o consumo de aproximadamente 4 milhões de pessoas. Juntas, essas usinas respondem por cerca de 2% do consumo total de energia elétrica do país.
A previsão é que a futura Angra 3, com capacidade de 1.405 MW, entre em operação após 2030, aumentando significativamente a contribuição nuclear para o Sistema Interligado Nacional (SIN). O Brasil, além de contar com essas usinas, possui a 8ª maior reserva de urânio do mundo, colocando-o entre os poucos países com tecnologia nuclear avançada e reservas significativas desse combustível.
Fontes:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-06/saiba-mais-sobre-o-uso-da-energia-nuclear-no-brasil-e-no-mundo
https://www.portalsolar.com.br/energia-nuclear
https://www.todamateria.com.br/energia-nuclear/
https://defesacivil.rj.gov.br/index.php/a-energia-nuclear-cestgen#:~:text=A%20energia%20nuclear%20%C3%A9%20a,onde%20podemos%20obter%20esta%20energia.